Luiz Fernando Verissimo (Ótima) vale a pena ler tudo

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Sérgio
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Luiz Fernando Verissimo (Ótima) vale a pena ler tudo

Mensagem por Sérgio »

Você acha seu dia às vezes difícil? Então leia este fato verídico


Aeroporto Santos Dumont, 15:30. Senti um pequeno mal estar causado por
uma
cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não
aliviasse. Mas,atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde
partiria ovôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15
minutos de busão. "Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha
esperta, tranqüilo." O avião só sairia as 16:30.
Entrando no ônibus, sem sanitários. Senti a primeira contração e tomei
consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo
que me acompanhava e, sutil, falei: "Cara, mal posso esperar para chegar na
merda do aeroporto porque preciso largar um barro."
Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força
de vontade para trabalhar e segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar
quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante:

"Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em
torno de 1 hora, devido a obras na pista.
" Ai o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento.
Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era,
aproveitou para
tirar um sarro. O alivio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham seacomodado. Tentava me distrair vendo TV mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada,mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico
então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume
almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada.Tão perfeita obra, dava prá expor em uma bienal.
Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um
pouco de solidariedade, e confessei sério: "Cara, caguei."
Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a
relaxar, pois agora estava tudosob controle. "Que se dane, me limpo no aeroporto." - pensei. "Pior que isso não fico."
Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos,
segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimonia ou anunciação, veio a segunda leva demerda. Desta vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calcas, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora liquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade. E depois um peido
tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado? Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei
pela quarta vez. Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira
que resolveu botar modess na cueca,mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pelos do rabo junto.Mas era tarde demais para tal artificio absorvente.
Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna
poderia me ajudar a limpar a sujeirada.
Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos >curtinhos,
supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco.
Olhei para cima e blasfemei: "Agora chega, né?" Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que concluí como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas límpidas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia. Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o
"check-in" e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte.
Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um
pulôver de gola "V". A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus. Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo,
aproveitáveis. Minha cueca, joguei no lixo. A camisa era história. As calcas estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnifica maquina de lavar. Virei a calca do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida
na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola "V", sem camisa.
Mas caminhava com a dignidade de um lorde. Embarquei no avião, onde todos os
passageiros estavam esperando O "RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO" e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei apensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete
para cortar os pulsos, mas decidi não pedir:
"Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!!!"
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